
Lendo a etiqueta: um manual rápido para reconhecer bons tecidos – por Ana Scalea
Tempo de leitura deste conteúdo: 7 min • Ver outros capítulos →Mundo globalizado, tudo num clique e uma enxurrada de opções de roupas na nossa tela. Mas como fazer a melhor escolha? Eu começo pela etiqueta de composição e te explico porquê!

É na etiqueta que você tem as informações do fabricante, a composição, o tamanho e as instruções de lavagem. Um pequeno manual que muitas vezes passa despercebido e que arrancamos logo no primeiro uso, porque algumas chegam a machucar a pele mesmo! E minha dica para não perder todas essas informações é fazer uma foto da etiqueta/peça e guardar em uma pastinha no celular, o que garante que vai estar sempre à mão para consultar!
É a etiqueta que me conta se o tecido é apropriado à ocasião e ao clima ou se vou precisar ter cuidados especiais na hora de lavar. Quantas vezes você já comprou aquela blusinha linda, leve, transparente e quase derreteu de calor num dia mais quente? Provavelmente era de poliéster, uma fibra sintética nada indicada para o verão! Entender do que seu tecido é feito ajuda na escolha mais assertiva e mais funcional das peças.
O tecido começa na fibra e elas podem ser:
Fibra Natural de origem Vegetal

O algodão Pima e o linho foram nossas escolhas para a camisa Sophia e Denise, ótimas para usar também no verão.
Algodão, linho, rami, cânhamo. São fibras que garantem a respirabilidade da pele, absorvem bem a umidade e fazem uma boa troca com o ambiente, mas amassam com facilidade.
Fibra Natural de origem Animal

Pensando no conforto térmico, nossas peças do Guarda-roupa Inteligente são feitas em lã fria.
Seda e lã, que também garantem a respirabilidade da pele e geram conforto térmico, ou seja, mantêm a temperatura corporal e são os tecidos mais nobres.
Fibra Química Artificial

O top Moyra é um bom exemplo de peça que garante boa respirabilidade além de cores intensas.
Viscose, rayon, cupro, acetato, liocel. São de origem celulósica, em geral polpa de madeira, e precisam de processos químicos para se tornar fio. E como tem origem vegetal também garantem uma boa respirabilidade, absorvem bem a umidade e também fazem uma boa troca com o ambiente, mas pelo processo químico estas fibras têm cores mais intensas e tecidos mais fluídos.
Fibra Química Sintética

Tem que ser usado com cuidado e muito bem testado antes. Usamos no macacão Débora por conta da elasticidade e conforto.
A base da matéria prima é o petróleo. Após a sintetização de um ou mais subprodutos obtemos a fibra desejada: poliéster, acrílico, poliamida - não promovem a respirabilidade da pele, podem causar mau cheiro, tem baixa absorção de umidade, não amassam e em geral tem custo mais baixo.
Sabendo destas principais características indico sempre o uso das fibras naturais de origem vegetal e animal e as fibras artificiais em contato com a pele, pois trazem a respirabilidade e conforto térmico. Você não precisa ter todas as peças que entram em contato direto com a pele neste material. Uma regata de algodão, por exemplo, como primeira camada já funciona!
As fibras de origem sintética, como poliéster, poliamida e acrílico são indicadas para artigos esportivos e casacos, ou terceira peça, pois aquecem o corpo.
Outra função da etiqueta é nos ajudar na manutenção das peças: lavar, secar e passar da forma correta garantem a durabilidade da peça. Na etiqueta você encontra os cuidados para a conservação da peça, seja por texto ou símbolos, respeitando a seguinte ordem: lavagem, alvejamento, secagem em tambor e natural, como passar a ferro e limpeza a seco. Clique aqui para ver os símbolos.
Neste link você pode baixar meu guia de lavanderia para consulta. Nele você encontra a explicação de todos os principais símbolos para salvar, imprimir e colocar num quadrinho. Tudo explicadinho para você nunca mais errar!
Texto de Ana Scalea, especialista em tecidos e consultora têxtil. Edição de Paola Marques
